Margarida Barreto mostra preocupação com o assédio no trabalho presencial e no home office

Médica do Trabalho, doutora em Psicologia Social, Margarida Maria Silveira Barreto mostra preocupação com o crescimento do assédio no trabalho, em meio à pandemia, e suas consequências para a saúde física e emocional das vítimas.

Ela alerta para que as formas de pressão não sejam vistas como normais. Quanto à empresa, ainda que o assédio se dê da chefia para o subordinado, a dra. Margarida refuta a neutralidade do empregador.

Afora analisar de modo grave o problema, a médica e professora chama ao enfrentamento, pelos Sindicatos, unidades do Cerest, órgãos de direitos humanos, MPT e outros. Sexta (18), ela falou na live da Agência Sindical.

TRECHOS PRINCIPAIS:

Pandemia – Vivemos uma crise econômica sem precedentes. Crise política profunda e sanitária devastadora. A pandemia vem acompanhada de uma desinformação acentuada. As decisões políticas são influenciadas pelo ambiente social. O próprio governo não se cansa de destruir direitos. Eu não sou otimista frente à passividade e ao pacto de silêncio que se formou e as pessoas aceitam.

Combate – Neste momento de pandemia é bastante difícil. Mas há várias instâncias que o trabalhador deve procurar. Não se pode aceitar a violência como algo natural do empregador. Não é normal e não faz parte do contrato de trabalho. O trabalhador pode denunciar no Sindicato, nas comissões de direitos humanos da OAB, pode ir ao Ministério Público, no Ministério da Economia e várias outras instâncias.

Situações – Todo assédio moral está dentro do contexto de risco. Temos aí um risco com a possibilidade de danos à integridade física, moral, intelectual etc.

Acontece não só pelo chefe em cima do empregado, acontece também pelos colegas de trabalho, estimulados pelo chefe.

Empresa – É importante ficarmos atentos a essa cultura que desestimula, critica ou humilha. O assédio moral pode levar à morte. Existe um medo muito grande de ser demitido. A pessoa faz tudo pra se manter no emprego.

Sindicato – Quando o trabalhador procura o Sindicato é necessário que seja ouvido. O Sindicato deve cuidar daquele caso, mas buscar conhecer o contexto da empresa. Sindicato deve ter médico que possa conversar com o trabalhador. Este precisa passar com um médico do trabalho, de preferência que tenha experiência em psiquiatria.

Prova – Quando você procura um advogado, o que ele mais quer é prova. Se a pessoa sofreu o assédio, adoeceu e foi afastada do trabalho, é necessário CAT. A pessoa pode ter uma declaração da Previdência do próprio afastamento.

É preciso escrever o que acontece dentro da empresa. Elementos que constituem provas para o advogado atuar. Boletim de ocorrência, atestado, histórico, tudo isso vai servir a um advogado. Até e-mail serve de prova.

Denuncie – Combater a violência é uma longa luta. Mas aprendemos que a única luta que se perde é aquela que se abandona.

Contato – Envie e-mail para [email protected]

Live – Clique aqui e assista na íntegra.

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