Sindicalismo firmou 8.574 acordos na pandemia, informa Dieese

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Fausto falou sobre o tema terça (18) ao jornalista João Franzin, na live de terça (18)

Vai ficar surpreso, se ler o boletim “De olho nas negociações”, do Dieese, quem apostou na covardia do movimento sindical. Isso porque, mesmo com a pandemia, houve 8.574 acordos por categoria, no primeiro semestre.

Esse e outros dados constam da edição número 1 do “De olho nas negociações”, divulgado dia 14. A publicação, ao detalhar as negociações, mostra queda de 28% nas cláusulas econômicas – ou salariais. Na pandemia, muitas negociações renovaram a Convenção Coletiva, sem tocar na questão salarial.

A live desta terça (19) da Agência Sindical ouviu o professor Fausto Augusto Júnior, diretor-técnico do Dieese.

TRECHOS PRINCIPAIS:

Boletim – Desde que assumimos a direção do Dieese em fevereiro, ajustamos a linha editorial e o modelo de comunicação, que facilitem assessorar o sindicalismo nas negociações e lutas. O Dieese é o banco mais antigo de acompanhamento de negociações no Brasil.

Negociações – O governo defende a linha da individual. Já nosso objetivo é mostrar que a negociação coletiva tem um papel fundamental na sociedade brasileira, é fundamental na solução de conflitos. Houve mais de oito mil negociações. A grande maioria dos Sindicatos faz acordo por negociação.

Sindicalismo – Vimos mais de 15 milhões de acordos. Metade dos trabalhadores entrou no programa por meio de acordos coletivos. O movimento sindical mostrou que era possível negociar condições melhores. Garantiu renda básica, ampliou a estabilidade. Um volume muito grande de negociações aconteceu no período. Muitas empresas agora estão retornando do home office e os Sindicatos negociam protocolos para os trabalhadores.

Índices – Muita negociação adiou a questão salarial pra depois da pandemia. O que precisava era manter o emprego. No caso do Metrô, os trabalhadores queriam manter a Convenção Coletiva, que engloba segurança, jornada, um conjunto de itens que nesse momento são prioridades. Provavelmente no segundo semestre as coisas vão se recuperar. A inflação está baixa. Nosso maior dilema é manter emprego e direitos.

Protocolos – Tem diversos protocolos, de conteúdo variados. Muita entidade agiu pra impedir demissão. Os protocolos mostram um conjunto de questões e as pessoas não imaginam essas dificuldades para os trabalhadores.

Segundo semestre – Difícil imaginar negociações similares a anos anteriores. A pauta patronal é enxugar a Convenção Coletiva. Vimos isso no Metrô, que nem foi uma negociação, foi imposição.O mais provável é no segundo semestre uma situação bastante dura. A inflação é baixa, mas a questão é manter os direitos das Convenções Coletivas. As negociações agora são defensivas. No meio de tudo isso há um governo que tenta enfraquecer o movimento. A questão do custeio deve aparecer em muitas campanhas – é uma pauta importante.

Contribuição – A gente precisa entender as diversidades, porque o movimento sindical é bastante diverso. Mas um conjunto muito grande de Sindicatos negocia. Se negociam, é razoável que haja taxa vinculada à negociação.

Assista – Clique aqui e confira à live na íntegra.