Retomada

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Walter dos Santos é presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Guarulhos (Sincomerciários)

Há alguns meses estamos travando uma batalha contra um inimigo invisível que colocou de joelhos nações poderosas como Inglaterra, China, Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Itália, entre outras. Ele usaram a única arma disponível: o isolamento social.

Quem desafiou o vírus viu o número de infectados e de mortes crescerem assustadoramente, isso porque um vírus não negocia, não tem ideologia, não tem partido político, não é de esquerda ou de direita.

O número de casos mostra que não se trata de uma gripezinha. Já são mais de trezentos mil mortos no mundo e não fosse pelas atitudes responsáveis em vários países, já teríamos passado de um milhão de mortos nos poucos meses dessa pandemia.

Por outro lado, os presidentes e primeiros-ministros desses países lideraram seus povos nessa luta. Preocuparam-se com toda a população e estão apoiando economicamente os trabalhadores, pequenos empresários, comerciantes, agricultores, entre outros, seja com dinheiro vivo, com ajuda no pagamento de aluguéis, com isenções de impostos, empréstimos sem juros, etc.

O dinheiro para isso tem que sair dos caixas dos governos e dos mais ricos, que acumularam fortunas nas últimas décadas e têm que contribuir nesse momento. No Brasil, enfrentamos desorganização e o pior presidente da história, que faz piada enquanto o Coronavírus mata.

Por isso, temos de nos virar sozinhos, dependemos de prefeitos, muitas vezes desesperados e despreparados, de governadores sem dinheiro, do Poder Judiciário e do Legislativo. O resultado é o total desespero de pequenos comerciantes desamparados pelo governo federal que não os ajuda para forçá-los a reabrir as portas, colocando em risco as vidas deles, dos clientes e dos comerciários.

Ninguém gostaria de passar pelo que estamos passando. Ficar trancado em casa não é agradável, mas isso está salvando vidas. Se tivéssemos aplicado uma restrição rigorosa em todo o Brasil durante um mês, já estaríamos saindo dessa situação e com uma quantidade de mortos muito menor.

Por isso, quando o número de mortes e de infectados diminuir e as taxas de transmissão do vírus forem reduzidas a níveis que a ciência disser que são aceitáveis, apoiaremos a reabertura do comércio de forma gradual, para que possamos, com muito trabalho, reerguer nossas vidas, mas tudo isso com rigorosa proteção individual.

Vamos acompanhar junto às prefeituras da nossa base os procedimentos de reabertura do comércio no momento oportuno, fiscalizando e exigindo dos comerciantes a adoção de todas as medidas de proteção aos trabalhadores, bem como seguiremos cobrando do governo Bolsonaro que não aproveite a tragédia para retirar ainda mais direitos.
Juntos somos mais fortes e vamos vencer essa luta!