Os jornalistas também são vítimas da Covid-19. É o que mostra recente pesquisa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

O levantamento abrange desde o início da pandemia, em março, até janeiro deste ano. O Departamento de Saúde, Previdência e Segurança da Fenaj informa que 93 profissionais perderam a vida até o mês passado. Após a conclusão do estudo, morreu a repórter cinematográfica Vanusa Torchi, de SP, o que eleva pra 94 o número de vítimas fatais.

Fenaj e Sindicatos de Jornalistas encaminharam às empregadoras propostas para o trabalho seguro, informa a presidente da Federação, Maria José Braga. Ela diz: “Solicitamos máscaras e álcool em gel, como também que os profissionais dos grupos de risco trabalhassem em casa”. O protocolo solicitado não integra acordos coletivos, mas muitas medidas foram adotadas, segundo a presidente.

Nos últimos dois meses de 2020 houve crescimento acelerado da doença. Janeiro registrou explosão: 25% das mortes ocorreram neste mês, aponta o estudo da Fenaj. Segundo a líder da categoria, a pesquisa confirma que a função do jornalista expõe o profissional a riscos de contaminação. O estudo vai ajudar Fenaj e Sindicatos a atuar por mais segurança pra categoria, nas tratativas com o patronato.

A entidade não dispõe de dados sobre o grau de contágios na categoria ou segmento com mais vítimas fatais. Mas Amazonas e São Paulo são os piores Estados: 14 mortes em cada.

Rio de Janeiro teve nove óbitos; Paraná, oito. Paraíba, com população quase idêntica à do Amazonas, cinco. “A incidência de mortes na categoria subiu devido ao agravamento da crise sanitária e, em especial, à situação calamitosa em Manaus”, explica Maria José.

Há entendimentos de que a Covid-19 pode ser considerada doença do trabalho. Isso muda, principalmente, as condições da licença e do retorno. Em caso de morte, a indenização terá de ser pleiteada judicialmente, orienta a Fenaj.

Segundo a líder da categoria, a função do jornalista expõe o profissional a riscos de contaminação. O estudo vai ajudar Fenaj e Sindicatos a atuar em busca de mais segurança, quando das tratativas com o patronato.

Justiça – Para a Federação, se a empresa não quiser considerar o caso doença decorrente do trabalho, será preciso buscar a Justiça. O profissional deve procurar seu órgão de classe.

Jornalistas estão entre os trabalhadores de serviços essenciais.

Mas as empresas não procuraram Fenaj e Sindicatos pra definir um protocolo de segurança. “Não fossem as medidas preventivas por nós propostas, o número de vítimas seria maior”, diz Maria Braga.

MAIS – Acesse o site da Fenaj: www.fenaj.org.br e Sindicatos.

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