Diálogo e equilíbrio

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Eusébio Luis Pinto Neto é Presidente da Federação Nacional dos Frentistas - Fenepospetro, e do Sindicato da categoria do Rio de Janeiro

Nos últimos anos, os trabalhadores tiveram muitos direitos cortados. Esses cortes atingem o trabalhador da ativa, o aposentado, o pensionista e quem está em vias de se aposentar.

O corte de direitos tem várias consequências. A primeira é a perda de poder aquisitivo dos salários. A segunda é o aumento na dificuldade pra se aposentar.

A terceira é a precarização das condições de trabalho. E a quarta consequência é a fragilização dos meios para a segurança e saúde dos ambientes de trabalho.

Esses ataques acontecem porque o modelo neoliberal tenta enfraquecer os trabalhadores e suas entidades, buscando transformar o trabalho numa mercadoria qualquer, sujeita aos interesses do proprietário. O ambiente político atual também favorece os ataques: vivemos num País sem diálogo.

No dia 1º de janeiro de 2019, posse do presidente da República, as Centrais Sindicais enviaram Carta a Bolsonaro, na qual solicitavam audiência e atenção à pauta trabalhista. Ele sequer respondeu. Desde então, o diálogo com o Executivo está interditado.

Com relação ao Congresso Nacional, a situação é um pouco melhor – na semana passada, Arthur Lira, presidente da Câmara, finalmente recebeu a Pauta Unitária da Classe Trabalhadora. Também se comprometeu a receber as Centrais pra tratar de temas elencados na Pauta.

Mas o diálogo com os congressistas deixa a desejar. O Congresso Nacional é, hoje, dominado pelo conservadorismo, que tem muito mais compromisso com a agenda patronal e com o grande capital.

A falta de diálogo é um mal antigo da sociedade brasileira. Esse mau costume gera atritos entre grupos, impede o debate e aprofunda os desequilíbrios sociais e econômicos. Onde falta diálogo, certamente, faltará também equilíbrio.

Este é um ano de eleições e todas as forças políticas vão disputar o voto. Tenho visitado postos em várias regiões do País e conversado com frentistas e demais profissionais do setor. Nossa categoria, embora seja obreira e assalariada, abriga posições políticas à esquerda, ao centro e à direita.

Tenho discutido com a nossa base a importância da participação política e eleitoral. Os frentistas compreendem que a falta de diálogo gera problemas trabalhistas, econômicos e sociais. Portanto, entendem a força do diálogo em todos os níveis e sabem que haveria mais equilíbrio entre capital-trabalho, e junto aos governantes, se as partes conversassem mais. Vamos persistir no apelo por diálogo e equilíbrio.

LEI – Os empregos da categoria estão assegurados pela lei 9.956/2000. Mas há setores do capital e no Congresso que querem derrubar a Lei, gerando desemprego em massa. Acredite se quiser: nunca um deles nos procurou pra debater a questão. Nós estamos abertos ao diálogo.

Eles não!

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