Em 2020, os três maiores bancos brasileiros (Itaú-Unibanco, Bradesco e Santander) fecharam mais de 1.500 agências e demitiram mais de 10 mil trabalhadores em todo o País.

Essa decisão ignora a responsabilidade social diante da pandemia da Covid-19 e ainda agrava a crise econômica que, dentre outros problemas, provocou o desemprego de mais de 14 milhões de pessoas.

Sob a justificativa de que o futuro é digital, que tem foco em operações por aplicativos de celulares e computadores, os banqueiros seguem o padrão de manter agências em locais onde há maior circulação financeira. Com essa mudança para o ambiente tecnológico, os clientes acabam fazendo o próprio atendimento.

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira critica a ganância pelos lucros e o corte de gastos. “Os bancos usam de concessão pública pra lidar com o dinheiro das pessoas, por isso têm uma responsabilidade social, que eles não cumprem. Ao invés de fechar agências, deveriam ampliar a bancarização para atender à população”, comenta.

Desrespeito – Durante o auge da pandemia da Covid-19, sindicatos fecharam acordos com os bancos para evitar a demissão de trabalhadores e desemprego em massa no setor. A presidente da Contraf-CUT afirma que os acordos não estão sendo cumpridos.

“O primeiro a descumprir foi o Santander, depois o Itaú e o Bradesco por último. Começaram a demitir e disseram que o acordo era por um período curto, que não imaginavam que a pandemia iria durar tanto”, afirma Juvandia. “Eles podiam ter segurado o acordo, mas não fizeram isso”, completa.

Desemprego – Para a dirigente sindical, os bancos atuam em busca do lucro e pouco se importam com o desemprego em massa que podem causar. “Eles aumentam demissões, diminuem funcionários, geram precarização do trabalho e aumentam o número de pessoas desempregadas”, avalia.

Governo – Juvandia Moreira avalia que a omissão do governo federal diante do fechamento de agências é um problema que poderia ser evitado. “O Banco Central permite que os bancos fechem agências durante a pandemia, mesmo causando prejuízos aos clientes. O governo Bolsonaro que está permitindo isso”, explica.

Lucros – Mesmo diante da pandemia e da grave crise econômica que o País atravessa, os bancos registraram lucro. De acordo com levantamento do Dieese, o Bradesco lucrou R$ 19,4 bilhões em 2020, enquanto o Itaú-Unibanco teve rentabilidade de R$ 18,9 bilhões e o Santander registrou ganho de R$ 13,8 bilhões.

Mais – Acesse o site da Contraf-CUT.

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